O blog Língua de Doido surgiu em junho de 2008 com
intuito de disponibilizar dois dicionários ao público: o de Internetês e o de
Gírias.
Por que Língua de Doido?
Levando em consideração que todo aquele indivíduo que não se enquadra no padrão
de normalidade é considerado doido, o que se traz aqui é uma analogia bem
humorada: a linguagem que não se enquadra dentro da norma culta, passa a ser
considerada uma língua de doido. É uma linguagem que subverte as regras da norma
culta, e como aquele que desobedece as leis ou é um subversor ou um doido,
surgiu a ideia de colocar o nome Língua de doido.
A ideia de criar o dicionário de internetês partiu da falta de meios que
esclarecessem ao público o significado de abreviações usadas nas comunicações
de internet. Os termos apresentados são fruto de anos de pesquisa e
contribuições de leitores, da experiência nas redes sociais, do contato com
alunos e, por fim, da correção de trabalhos e redações escolares em que, por
vezes, me deparava com termos que são utilizados na internet.
A língua evolui, assim como a tecnologia, até mesmo o PCN (Plano
Curricular Nacional) leva em conta esse fator. É comum encontrar alunos
modificando a linguagem de internet e utilizando na língua escrita, como por
exemplo, a letra q com o til (~), que representa "quem". Pode-se
observar a impossibilidade de teclar tal expressão no computador, o que
demonstra uma adaptação para a língua escrita. Não se deve ignorar a existência
do internetês, pelo contrário,
há
como utilizá-lo como um aliado para o objetivo de levar os alunos ao
conhecimento da norma culta e de outras normas do português. Afinal, o próprio
Ministério da Educação favorece uma abordagem atual da comunicação. Os PCNs,
por exemplo, encaram e tratam a linguagem como algo vivo, em constante evolução
e inserida nas práticas sociais. Destacam também o fato de que o domínio da
língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social,
já que é por meio da língua que o homem se comunica, tem acesso à informação,
mostra e defende seus pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo,
isto é, produz conhecimento (BISOGNIN, 2009).
Assim como o internetês, pode-se citar também o caso linguístico das
gírias: a escola, tem o papel de “tornar o falante plurilíngue no interior da própria
língua: respeitar/apoiar todas as modalidades linguísticas dos alunos e, sob a
forma de acréscimo, ampliar a competência comunicativa com o favorecimento da
linguagem culta formal” (SCARTON, 2007, p. 17). O dicionário de
gírias apresenta uma série de palavras que representam diversas etapas do
contexto social, apresentam expressões próprias de grupos específicos. O
dicionário também é resultado de pesquisas, sugestões de colaboradores do blog,
de alunos e leitores do site.
BIBLIOGRAFIA
BISOGNIN, Tadeu Rossato. Internetês na escola. Instituto Airton Senna. Disponível em: <http://www.educacaoetecnologia.org.br/?p=4761>. Acesso em 28 jul. 2015.
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